quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Nota de repúdio à criminalização do ME da UFRGS

    
   A Associação de Pós Graduandos da UFRGS vem a público expressar sua indignação e repúdio à criminalização de estudantes de nossa universidade, através de denúncia apresentada à Polícia Federal. A denúncia versa sobre supostas agressões físicas e verbais dirigidas aos servidores da segurança universitária, em uma das Conferência do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).
   Segundo o DCE, duas estudantes foram agredidas quando tentaram entrar na atividade. No último Conselho Universitário (02/10/2015), tivemos o mesmo relato por parte dos representantes do corpo técnico de nossa universidade, relatando a truculência por parte da segurança universitária quando técnicos administrativos em greve tentaram participar de um espaço de construção do PDI. Nos vemos na obrigação de lembrar a reitoria que justamente no momento de planejar os próximos passos da Universidade, é que deve se garantir a total liberdade democrática de manifestação. Não se é eleito reitor para fazer o quer, e sim o que a comunidade universitária aponta como prioridade.
   O conflito entre movimento universitário e a Universidade sempre existiu, mas a violência foi instrumento utilizado em épocas sombrias de nossa história. Não aceitamos a violência e a criminalização do movimentos estudantil como instrumento de coação e intimidação de nossas lutas. Após vinte e sete anos de redemocratização de instituições, marcada por avanços na formulação e implementação de conquistas proclamadas na Constituição Cidadã de 1988, a sociedade brasileira assiste a uma sequência de eventos arbitrários que sinalizam uma clara regressão de suas conquistas. Vale lembrar que muitos dos militantes sociais responsáveis por essas conquistas eram estudantes à época (inclusive pessoas que hoje estão em cargos de direção em nossa universidade!).
   APG se solidariza com todos os estudantes em luta, seja qual for a pauta: permanência, paridade, autonomia, infra-estrutura, etc... Tais lutas afetam diretamente a vida dos estudantes da nossa universidade e é o nosso dever somar-se a elas.

            Sem Democracia, nenhum PDI serve!

Um comentário:

  1. Lamentamos profundamente a recorrente falta de diálogo de parte da Reitoria, o que ficou também evidenciado quando da greve dos docentes da UFRGS, depois de uma assembleia com mais de 120 professores. No final de agosto deste ano um grupo de 30 professores, representando a Assembleia ocorrida, foi tentar contato com o gabinete do Reitor Alexandre Netto, para um diálogo com o sobre questões relativas à matricula, problemas de prédios sem condições para aulas, entre outros assuntos. Infelizmente, o mesmo não quis reconhecer o estado de greve dos professores (legítimo e legal). Os professores acabaram sendo despistados, colocados em uma sala anexa ao gabinete, onde supostamente seriam recebidos pela reitoria. Após o esvaziamento da sala de gabinete, o reitor saiu de sua sala apressado direto para o elevador, mesmo recebendo solicitações no corredor para que tivesse um tempinho para escutar os professores. Não respondeu, somente disse que tinga "agenda" e saiu direto para o elevador, de forma constrangedora. A autoridade máxima de uma universidade não poderia ter tido tal atitude de descaso e desrespeito, com agravante de se tratarem de professoras, a maioria delas que reivindicavam condições dignas para exercer suas aulas principalmente nos precários espaços das Faculdade de Psicologia e no Colégio de Aplicação. Lembro-me também em outra oportunidade que os movimentos sociais do campo solicitaram há alguns anos um contato com a Reitoria, sobre temas relativos ao compromisso da universidade com as questões dos campesinos e não fizesse acordos de tecnologia com empresas do agronegócio degradadoras. Foram recebidos no saguão, alegando-se que "faltavam salas para serem acolhidos". Ademais o Reitor elencou a importância das pesquisas da soja que teriam dado incremento econômico ao país, desconhecendo os efeitos colaterais das monoculturas quimicodependentes. A resposta para resolver situações de conflito não pode mais ser a de se chamar a segurança. E inaceitável em qualquer circunstância, e mais ainda para uma universidade que se considera uma das melhores do País.

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